USP de São Carlos desenvolve laser que pode tratar câncer no olho
24/06/2024
0 ComentáriosTerapia já utilizada no tratamento do tipo mais comum de câncer de pele. Técnica foi eficiente em camundongos, mas ainda depende de várias etapas de testes.
Uma fototerapia desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) tem se mostrado promissora para o controle de um tipo de câncer dos olhos.
Em testes realizados com camundongos, a irradiação com laser pulsado de femtosegundo se mostrou eficaz e segura, abrindo caminho para um tratamento para doença direcionado e minimamente invasivo no futuro.
A pesquisa está sendo comandada por cientistas do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) com colaboração de pesquisadores da University of Toronto e Princess Margaret Cancer Center, ambas no Canadá.
Baseada em laser pulsado, a técnica envolve a aplicação de uma grande quantidade de luz por um curto período de tempo para a ativação da atuação do medicamento contra o melanoma ocular.
Se os testes futuros comprovarem a eficácia, a técnica pode ser um método menos drástico de tratamento. Atualmente, as estratégias de combate à doença disponíveis envolvem radiação e remoção do olho afetado, mas apresentam baixa efetividade e risco de 50% de o paciente desenvolver metástase.
Olhos castanhos representam menor risco de melanoma — Foto: AFP/Arquivo
Técnica é utilizada contra o câncer de pele
A terapia fotodinâmica já é utilizada no tratamento do carcinoma basocelular, o tipo mais comum de câncer de pele, e envolve o uso da luz para a ativação de medicamentos.
O melanoma é um dos tipos de câncer mais agressivos e tem se mostrado um desafio, por conta da melanina, um pigmento escuro que compete com o medicamento fotossensibilizador pela absorção da luz.
Outra dificuldade é que biomoléculas como a melanina fazem com que os fótons (partículas que compõem a luz) mudem sua direção de propagação e se espalhem. Dessa forma, poucos vão verdadeiramente ser transmitidos e atingir tecidos mais profundos.
Melanoma é um dos tipos de câncer de pele mais agressivos — Foto: Thinkstock
Para otimizar a resposta da terapia fotodinâmica nos melanomas cutâneos, esse mesmo grupo de pesquisa já havia testado com sucesso a associação com agentes clareadores ópticos, que modificam previamente as propriedades ópticas do tumor, permitindo maior penetração da luz.
A mesma técnica, agora, está sendo estudada para os melanomas oculares que, segundo os pesquisadores, impõem ainda mais dificuldade de tratamento por sua localização.
Os cientistas investigaram um regime de irradiação de lasers pulsados chamado femtossegundo. Esse tipo de laser é capaz de fornecer uma grande quantidade de energia em um tempo extremamente curto – num pulso de 10-15 segundos e localizado, diminuindo o risco de dano nos tecidos sadios em torno do tumor.
Os testes foram realizados com camundongos doentes que, após serem submetidos à terapia para a ativação do fármaco Visudyne, utilizado para o tratamento da degeneração macular, passaram a não apresentar nenhum tumor residual visível.
“Observamos que o método nos permite entregar dois fótons, com metade da energia necessária cada, e, como isso ocorre em um período de tempo extremamente curto, a molécula biológica basicamente não percebe, permitindo sua chegada”, explica a professora do IFSC-USP, Cristina Kurachi, e coordenadora do estudo pela equipe brasileira.
A mesma técnica, agora, está sendo estudada para os melanomas oculares que, segundo os pesquisadores, impõem ainda mais dificuldade de tratamento por sua localização.
Os cientistas investigaram um regime de irradiação de lasers pulsados chamado femtossegundo. Esse tipo de laser é capaz de fornecer uma grande quantidade de energia em um tempo extremamente curto – num pulso de 10-15 segundos e localizado, diminuindo o risco de dano nos tecidos sadios em torno do tumor.
Os testes foram realizados com camundongos doentes que, após serem submetidos à terapia para a ativação do fármaco Visudyne, utilizado para o tratamento da degeneração macular, passaram a não apresentar nenhum tumor residual visível.
“Observamos que o método nos permite entregar dois fótons, com metade da energia necessária cada, e, como isso ocorre em um período de tempo extremamente curto, a molécula biológica basicamente não percebe, permitindo sua chegada”, explica a professora do IFSC-USP, Cristina Kurachi, e coordenadora do estudo pela equipe brasileira.
Fonte EPTV
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