O dólar alcançou pela primeira vez a marca de R$ 6,20 nesta terça-feira (17) refletindo o pessimismo do mercado financeiro em relação ao pacote de cortes de gastos enviado pelo governo ao Congresso.

O dólar alcançou pela primeira vez a marca de R$ 6,20 nesta terça-feira (17) refletindo o pessimismo do mercado financeiro em relação ao pacote de cortes de gastos enviado pelo governo ao Congresso.

A proposta tem como objetivo economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, com uma meta maior de R$ 375 bilhões até 2030. No entanto, o pacote não inclui mudanças em despesas estruturais, como a Previdência e os pisos de investimento em saúde e educação, o que gerou dúvidas sobre sua eficácia no controle do endividamento público a longo prazo.

Além do pacote fiscal, outro fator que contribuiu para a alta do dólar foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A ata destacou que a recente valorização do dólar e a piora do cenário fiscal foram elementos determinantes para a decisão de aumentar a taxa básica de juros (Selic) na semana anterior, em 1 ponto percentual, elevando-a para 12,25% ao ano, com expectativa de novas altas nas próximas reuniões.

Para tentar conter a escalada do dólar, o Banco Central interveio no mercado de câmbio com dois leilões nesta terça-feira, vendendo um total de US$ 3,2 bilhões. Apesar da intervenção, a moeda norte-americana continuou a operar em alta, pressionando a economia brasileira, especialmente em relação à inflação, uma vez que o câmbio elevado impacta diretamente os preços de produtos e serviços.

O cenário de incerteza sobre o ajuste fiscal, somado à percepção de risco entre os investidores, tem gerado grande volatilidade nos mercados financeiros. Enquanto o dólar segue em alta, o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, também registrou variações ao longo do dia, operando em leve alta, mas com uma performance instável devido à influência dos fatores econômicos.

A proposta do pacote de cortes de gastos ainda será analisada pela Câmara dos Deputados, e há expectativa sobre possíveis alterações que poderão ser feitas pelos parlamentares. O governo, por sua vez, busca garantir a aprovação das medidas, e, segundo informações, estaria preparando a liberação de mais emendas parlamentares para obter apoio no Congresso.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com o presidente Lula para discutir o andamento das medidas econômicas. Lula, que se recupera de uma cirurgia recente, reafirmou seu compromisso com o controle fiscal e pediu que o pacote de cortes não seja desidratado durante a tramitação no Legislativo.

O aumento do dólar, em conjunto com a política monetária mais rígida, segue sendo um desafio para o governo, que precisa encontrar um equilíbrio entre a redução do déficit fiscal e o controle da inflação, sem comprometer as metas de crescimento econômico.

FONTE: G1

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