Condição afeta o nervo vestibular, que conecta o ouvido interno ao cérebro

A neurite vestibular afeta o nervo vestibular, que conecta o ouvido interno ao cérebro, causando vertigem prolongada, segundo a Universidade de Medicina John Hopkins. O início da condição é tipicamente abrupta ao longo de minutos a horas e pode envolver vertigens, desequilíbrio, visão saltitante devido a movimentos oculares, náuseas e vômitos.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi internada na última sexta-feira (21) com um quadro de neurite vestibular em um centro médico em Xangai, na China, segundo boletim divulgado na segunda-feira (24).

O otorrinolaringologista Marcio Salmito, presidente da Academia Brasileira de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), explica que quadros de vertigem aguda podem ser causados por diversas doenças, como uma labirintite infecciosa, uma concussão em que a região do labirinto é machucada ou a neurite vestibular.

“Outra possibilidade é o paciente com vertigem aguda ter, por exemplo, um AVC. Então, quando a gente tem um paciente com vertigem aguda, a gente quer distinguir se tem um problema do labirinto”, comenta o especialista.

A neurite vestibular, especificamente, é uma inflamação do nervo vestibular. “É uma parada súbita de funcionamento de um labirinto e o sintoma que a gente espera que aconteça é uma sensação de vertigem muito intensa e incapacitante”, explica Salmito. Essa inflamação pode ser causada por qualquer vírus, incluindo o da covid-19, alerta o especialista.

Sintomas da neurite vestibular

Como o nervo vestibular está relacionado ao equilíbrio do corpo, os principais sintomas a neurite vestibular são:

• Vertigem intensa e contínua (sensação de girar ou inclinar)
• Incapacidade de se equilibrar ou andar em linha reta
• Náuseas e vômitos, que podem causar desidratação e fadiga extrema

Como diagnosticar a neurite vestibular?

As pessoas que apresentam esses sintomas devem consultar um médico, especialmente porque um acidente vascular cerebral (AVC) pode apresentar sintomas semelhantes. O ideal, conforme explica Salmito, é buscar socorro imediato assim que sentir a vertigem súbita que não passa.

Segundo a Universidade John Hopkins, um exame como uma ressonância magnética do cérebro pode ou não ser necessário.

Qual o tratamento da neurite vestibular?

Geralmente, o primeiro passo é conter o quadro com o uso de antiflamatórios do tipo corticóide, explica Salmito. Se o médico acreditar que a condição da pessoa é causada por herpes zoster, um medicamento antiviral pode ser prescrito, segundo a Universidade John Hopkins.

Depois, o paciente diagnosticado com a condição deve realizar fisioterapia vestibular (de equilíbrio). Com o tempo, é possível notar uma melhora gradativa e um bom prognóstico.

Os medicamentos antináuseas e os remédios utilizados para tratar tonturas/vertigens não devem ser tomados mais do que vários dias após o início dos sintomas, uma vez que a sua utilização pode atrasar a compensação normal, de acordo com a instituição.

Tem como prevenir o quadro?

Salmito reforça que como a neurite vestibular pode ser causada por qualquer vírus, não existe uma prevenção específica para o quadro, logo a prevenção é evitar doenças de modo geral. “Na prática, é algo relativamente raro que pode acontecer com qualquer um”, considera o otorrinolaringologista.

Fonte CNN