Professora e duas auxiliares são indiciadas por maus-tratos contra criança autista em Pirassununga; mãe ouviu agressões em áudio
25/03/2023
0 ComentáriosSegundo a SSP, o indiciamento da professora Rosangela Izete Berto de Oliveira e das auxiliares Carla Fernanda Carvalho e Isabel Cristina da Silva aconteceu nos dias 3 e 10 de março.
A Polícia Civil de Pirassununga (SP) indiciou uma professora e duas auxiliares da Creche Municipal Nedy de Oliveira pelo crime de maus-tratos contra uma criança autista. Desconfiada das agressões, a família da menina, que na época tinha 2 anos, colocou um gravador de voz ativado na mochila e registrou um áudio de 7 horas na escola.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o indiciamento da professora Rosangela Izete Berto de Oliveira e das auxiliares Carla Fernanda Carvalho e Isabel Cristina da Silva aconteceu nos dias 3 e 10 de março. Na última segunda-feira (20) o inquérito policial foi encaminhado ao Poder Judiciário.
O g1 não conseguiu localizar a defesa das mulheres para comentar o caso.
A denúncia de maus-tratos foi feita em maio de 2022. Com as gravações em mãos, a mãe da criança registrou um boletim de ocorrência contra as profissionais. Elas foram afastadas da escola e o caso passou a ser investigado pela polícia e pela Prefeitura de Pirassununga.
Por nota, no dia 14 de março, a prefeitura informou que as profissionais continuam afastadas das salas de aula, continuam sendo investigadas por um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e que enquanto a investigação não terminar, não há punição para as mesmas.
O g1 ouviu as 7 horas de gravação e separou trechos com falas das profissionais que sugerem maus-tratos contra a criança, que passa a maior parte do tempo chorando. (Confira abaixo trechos da gravação e a transcrição).
Em um trecho, uma mulher questiona se a menina tomou banho e faz comentários sobre como a ela está vestida.
Desconfiança com comportamento
Em entrevista ao g1 em maio do ano passado, Ingrid contou notou comportamentos estranhos na filha ao dizer que ela teria que ir para a escola ou ao pegar a criança na creche.
A menina foi diagnosticada com autismo nível três e não fala. “Minha filha não fala, ela não sabe pedir socorro. Ela parou de se alimentar, de sorrir, de brincar. Então foi muito radial. E, na quinta-feira da semana que eu coloquei o gravador, ela chegou da creche extremamente gelada, muito assustada. Aí ela fez uma posição que imitasse como se ela tivesse presa”, disse.
Diante das desconfianças, Ingrid e o marido resolveram colocar um celular com o comando de gravador de voz ativado dentro da mochila da menina. A mulher contou que ficou chocada e revoltada com o que ouviu.
“Decidimos colocar um gravador, pelo menos a gente vai conseguir ouvir o que está sendo falado. A gente achava que estava tendo maus-tratos, mas de gritarem com ela. Na hora que a gente escuta o áudio é um absurdo, é muito desumano, é coisa que não dá para acreditar que fizeram com uma criança”, desabafou.
Ingrid procurou as autoridades e o caso mobilizou a cidade de pouco mais de 77 mil habitantes. “Só quero justiça pro que aconteceu”, finalizou.
Fonte EPTV
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