Envenenamento por acidente com taturana aumenta 200% em São Sebastião da Grama e região

Envenenamento por acidente com taturana aumenta 200% em São Sebastião da Grama e região

Em 2022, 42 cidades registraram apenas 15 casos. Em 2023, já são 45. Pessoa que entra em contato com a taturana pode desenvolver um quadro hemorrágico grave.

Os envenenamentos por acidentes com taturanas aumentaram 200% em na região de cobertura do g1 São Carlos e Araraquara entre 2022 e 2023. Durante todo o ano passado, as 42 cidades da região registram apenas 15 casos. Já até a primeira quinzena de maio deste ano já são 45 acidentes

Na região, São Sebastião da Grama (SP) registrou 10 envenenamentos em 2023, nove a mais do que o ano passado, quando só um foi registrado.

Empatados em segundo lugar, os municípios de Águas da PrataSão João da Boa Vista e Rio Claro registraram seis casos cada.

No ano passado, Rio Claro teve cinco casos, enquanto São João da Boa Vista teve dois e Águas da Prata não registrou nenhum (veja abaixo as cidades da região que registraram casos de envenenamento por taturana).

A pessoa que entra em contato com a taturana pode desenvolver um quadro hemorrágico grave. Neste caso, ela precisa receber o soro antilonômico (SALon) em até 12 horas após o início da intoxicação para obter melhores resultados.

Em todo o Estado de São Paulo, são 116 acidentes em 2023. Nenhum óbito é registrado em decorrência do envenenamento há 15 anos.

Taturana — Foto: Reprodução/EPTV

Taturana — Foto: Reprodução/EPTV

Acidentes com taturanas na região em 2023:

Os municípios de AguaíAmérico BrasilienseAraraquaraBoa Esperança do SulBrotasCacondeCasa BrancaConchalDescalvadoDouradoGavião PeixotoIbatéItirapinaItobiMatãoMococaMotucaNova EuropaPorto FerreiraRibeirão BonitoRincãoSanta Cruz das PalmeirasSanta GertrudesSanta LúciaSanta Rita do Passa Quatro, São Carlos, Tambaú e Trabiju não registraram casos.

Acidentes com taturanas na região em 2022:

  • Rio Claro – 5 casos
  • Santa Gertrudes – 2 casos
  • São João da Boa Vista – 2 casos
  • Araraquara – 1 caso
  • Casa Branca – 1 caso
  • Porto Ferreira – 1 caso
  • Santa Cruz da Conceição – 1 caso
  • Santa Lúcia – 1 caso
  • São Sebastião da Grama – 1 caso

Os municípios de Aguaí, Águas da Prata, Américo Brasiliense, Analândia, Araras, Boa Esperança do Sul, Brotas, Caconde, Conchal, Corumbataí, Descalvado, Divinolândia, Dourado, Gavião Peixoto, Ibaté, Itirapina, Itobi, Leme, Matão, Mococa, Motuca, Nova Europa, Pirassununga, Ribeirão Bonito, Rincão, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, São José do Rio Pardo, Tambaú, Tapiratiba, Trabiju e Vargem Grande do Sul não tiveram ocorrências de acidentes com Lonômia no período.

Saúde pública

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, acidentes com lagartas são um problema de saúde pública, com 42 mil casos registrados todos os anos no país.

A taturana é uma lagarta da espécie Lonomia obliqua, natural de países como Brasil, Uruguai e Argentina. Envolvendo apenas essa espécie, foram 42.264 acidentes entre 2007 e 2017, sendo 248 casos graves e cinco mortes.

Comparativamente, o número de casos no estado de São Paulo é baixo em relação ao resto do país, mas os números dos primeiros três meses de 2023 já representam mais de 70% do total do ano passado. Assim, é recomendado ficar em alerta em regiões arborizadas onde a taturana pode estar presente, especialmente nos meses entre novembro e abril, quando o animal aparece mais.

Envenenamento

Taturana  — Foto: Divulgação Instituto Butantan

Taturana — Foto: Divulgação Instituto Butantan

O envenenamento ocorre ao tocar as cerdas espinhosas que cobrem o corpo do animal. Os sintomas incluem

  • lesões na pele semelhante à queimadura no local de contato;
  • dor;
  • inchaço;
  • bolhas na região;
  • dor de cabeça;
  • ansiedade;
  • náusea;
  • vômito;
  • dor abdominal;
  • hipotermia;
  • pressão baixa.

A gravidade da intoxicação pode ser leve, em que se trata apenas os sintomas, ou mais grave, em que se desenvolve quadro de hemorragia interna e exige soroterapia intravenosa. Em 12% dos casos, pode resultar em insuficiência renal aguda, principalmente em pessoas com mais de 45 anos.

O veneno da taturana afeta a coagulação do sangue e é especialmente perigoso para os idosos, ou se há contato com muitos animais ao mesmo tempo. Isso é comum, uma vez que as lagartas se agrupam nos troncos das árvores durante o dia, quando não estão se alimentando, ou quando ficam próximas do solo, ao se prepararem para virarem casulos, estágio anterior a se tornarem mariposas. Os casulos e mariposas não oferecem risco de contato para humanos.

O Instituto Butantan é o único laboratório no mundo que produz o soro antilonômico, obtido a partir do plasma de cavalos imunizados. O Butantan desenvolveu o antídoto em 1994 e ele já é um imunobiológico aprovado e de utilização de rotina nos casos deste tipo de acidente.

Fonte: EPTV

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