Esponja intravaginal que facilita o tratamento de candidíase é criada por pesquisa da UFSCar

Esponja intravaginal que facilita o tratamento de candidíase é criada por pesquisa da UFSCar

Material permite a liberação lenta do medicamento, fazendo com que o tratamento seja mais eficaz e confortável.

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu uma esponja biodegradável para o tratamento de candidíase, uma infecção genital causada por fungos. O dispositivo intravaginal libera lentamente medicamentos para conter a doença.

A esponja é feita de quitosana, uma substância biodegradável proveniente de crustáceos. Com uma estrutura altamente porosa, ela absorve grandes quantidades de medicamento e passa a liberá-lo lentamente e na medida certa. A própria paciente pode inserir o dispositivo no canal vaginal.

Segundo a pesquisadora do Departamento de Química da UFSCar, Fiama Martins, o funcionamento da esponja lembra o dos dispositivos intrauterinos (DIU) e o material pode tornar o tratamento da candidíase mais confortável e eficaz.

Os materiais da esponja são biocompatíveis com as células do trato vaginal e, em contato com os fluídos da região, originam um gel que se desfaz. Desta forma, não há a necessidade de remoção do material após o tratamento, como ocorre com outros dispositivos.

Para a realização dos testes da esponja, os pesquisadores usaram como medicamento o antifúngico clotrimazol, usado normalmente em forma de creme.

“Os ensaios in vitro com células do trato vaginal mostraram atividade anticândida contra seis cepas diferentes, liberação completa do medicamento em até quatro horas e mostrou que o material não afetou a ação do medicamento”, afirmou a pesquisadora.

A pesquisadora Fiama Martins desenvolveu uma esponja intravaginal que ajuda no tratamento da candidíase — Foto: UFSCar/Divulgação

A pesquisadora Fiama Martins desenvolveu uma esponja intravaginal que ajuda no tratamento da candidíase — Foto: UFSCar/Divulgação

Candidíase

A candidíase é uma das infecções genitais femininas mais comuns e afeta 75% das mulheres em pelo menos um momento de suas vidas.

Causada por fungos do gênero Candida, provoca incômodos, como ardência, coceira, inchaço, vermelhidão e corrimento vaginal. Normalmente não é séria, mas há sempre o risco de se agravar e atingir outros órgãos.

Os tratamentos nem sempre são confortáveis, e incluem cremes e supositórios intravaginais que podem ter sua eficáciacomprometida se houver atrasos no horário de aplicação.

Facilidade de acesso ao tratamento

Para o coordenador da pesquisa, Emerson Rodrigues de Camargo, professor do Departamento de Química da UFSCar, o material pode ajudar na acessibilidade ao tratamento da doença.

“Neste trabalho, unimos ciência básica, que responde às perguntas gerais, e ciência aplicada, que trata de questões específicas e leva todo esse conhecimento para um ganho social de curto, médio e longo prazo. Uma não existe sem a outra”, afirmou.

A pesquisa segue agora para a fase clínica de testes – inclusive para avaliar o uso associado a outros tipos de medicamentos, como anti-inflamatórios e cicatrizantes, no tratamento de outras doenças.

“Nossa expectativa é que, no médio prazo, a esponja de quitosana se torne um produto comercial fabricado em larga escala no Brasil a um custo mais econômico que o de importação”, disse Camargo.

A pesquisa conduzido no âmbito do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) sediado na UFSCar, em parceria com a Universidade do Porto, em Portugal, e publicada no International Journal of Pharmaceutics.

Fonte EPTV

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