Dia do Fusca: apaixonados contam motivos do carro ser tão especial: ‘não tem valor que faça eu vender’

Histórias de São Carlos (SP) revelam vínculo sentimental com o icônico veículo brasileiro.

Eduardo Martins Serafim tem 37 anos, mora em São Carlos (SP) e sua primeira experiência ao volante foi em um Fusca. A paixão pelo carro desperta boas lembranças, principalmente depois que adquiriu um, há 15 anos, para aproveitar bons momentos em viagens ao lado do pai.

No Dia Nacional do Fusca, comemorado neste sábado (20), apaixonados pelo carro que atravessou gerações.

Serafim, que atua como inspetor de recebimento de materiais em uma empresa de aviação em São Carlos, possui um Fusca azul com motor 1200 fabricado em 1964. Antes de adquirir o carro por R$ 5 mil, seus pais tiveram outros seis modelos desse icônico veículo brasileiro.

Passeios e viagens

Com o seu fusquinha azul, Serafim desfrutou de muitos passeios ao lado do pai, que faleceu em 2012 aos 65 anos.

“Foi um dia depois do meu aniversário. Desde então, todo dia 8 de outubro eu saio com o meu Fusca para lembrar dele”, contou Serafim.

Uma das viagens mais importantes que pai e filho fizeram foi para Novo Horizonte (SP), distante a 173 km de São Carlos.

Católico, ele faz planos de uma viagem de Fusca até Aparecida, cerca de 375 km. “Falava para o meu pai que queria levar ele, mas acabou não dando tempo. É uma viagem que tenho muita vontade de fazer”, disse.

Tudo indica a mãe será a parceira nessa aventura, já que ela adora viajar de Fusca. “Ela está sempre disposta a viajar e diz que já está craque em empurrar quando o Fusca não pega na partida”, contou.

Relíquia de família

Elizangela Franzo com o pai e o Fusca que faz parte da família de São Carlos (SP) há 25 anos — Foto: Arquivo pessoal

O Fusca modelo 1.300, fabricado em 1974, está na família de Elizangela Franzo há 25 anos.

A pedagoga de São Carlos contou que os pais compraram o carro porque se arrependeram de ter vendido outro Fusca que tiveram antes, quando eram mais jovens, porque queriam pegar um veículo mais novo.

Desde então o carro acompanha o pai em suas pescarias pela região, como na Represa do 29, em São Carlos, e Represa do Broa, em Itirapina.

Elizangela também utiliza o Fusca para explorar a natureza e desfrutar de passeios pela cidade. O veículo desperta interesse de outros entusiastas, chegando ao ponto de receber ofertas de até R$ 20 mil para comprá-lo.

Para Elizangela, o Fusca é uma relíquia extremamente significativa para sua família, e por esse motivo, ela afirma categoricamente que não têm planos de vendê-lo.

Sucesso no mundo todo

O modelo Fusca foi lançado em 1935 pelo alemão Ferdinand Porshe, com o nome de Typ I para ser um veículo popular e econômico. Ao logo dos anos passou pela modernização em sua mecânica, estética e começou a ser utilizado com várias finalidades, como uso pelo correio e até como veículo militar durante a Segunda Guerra Mundial, em 1939.

O carro teve mais de 21 milhões de exemplares produzidos e ganhou apelidos pelo mundo: Beetle, Bug, Käfer, Type 1, Carocha, Coccinelle, Escarabajo e Maggiolino.

No Brasil, o Fusca, começou a ser produzido em 1959 com peças 100% nacionais. Chamado carinhosamente de Fusquinha e Fuscão, tinha motor 1500 cilindradas e cores fortes como laranja e verde abacate.

A produção brasileira chegou a ser paralisada em 1986, mas foi retomada em 1993 pelo, então presidente Itamar Franco, saindo de linha definitivamente três anos depois.

Fusca foi lançado em 1935 pelo alemão Ferdinand Porshe — Foto: Fabio Rodrigues/g1

Fonte EPTV