Com elenco de sapateadores de Araraquara, espetáculo está circulando por cidades do interior

O encontro do ferro do sapato com o ferro dos trilhos originou o espetáculo de sapateado “FerroVias”, com a Cia. Papapumpá, de Araraquara. Com exibição marcada para domingo (04/08), no Museu Municipal Professor Flávio da Silva Oliveira (Parque Linear Dorival Braga), às 10h30, o espetáculo está circulando pelo interior do estado priorizando o espaço público em cidades que guardam uma relação cultural potente com suas antigas estações ferroviárias.
O espetáculo se pauta no patrimônio ferroviário da cidade de Araraquara e parte de uma relação afetiva, sensível e imaterial do patrimônio cultural de sua comunidade.
“Uma afetividade compartilhada, de certa forma, com todo o interior de São Paulo pelo papel significativo da ferrovia no processo de expansão econômica e desenvolvimento do território produzindo uma identidade comum, com valores culturais próprios e significativos”, comenta a artista idealizadora do projeto Dani Perez.
“‘FerroVias’ é uma celebração a esta cultura ferroviária tão marcante em nossas vidas e que, na contemporaneidade, volta a ser tema de políticas públicas que voltaram a refletir a importância da mobilidade e da sustentabilidade dos meios de transporte, logística e locomoção”, explica Weber Fonseca, produtor do espetáculo.
Dani Perez completa dizendo que, poeticamente, o espetáculo busca sensibilizar o público sobre os fluxos da vida entre chegadas e partidas. A Cia. Papapumpá investiga o sapateado como elemento percussivo em sua natureza primária. “Na Papapumpá, o sapateado é sincopado por meio dos pés, mãos e todo o corpo, dialogando com o ritmo atávico da humanidade”, pontua Dani. “FerroVias” é uma realização do Governo do Estado de São Paulo – Secretaria de Cultura e Economia Criativa – Proac, com apoio da Secretaria Municipal da Cultura – Fundart, Renata Crespi Ballet, Açaizeiro, Vídeo In Foco Filmes e Secretaria de Cultura e Economia Criativa de Porto Ferreira.
Independência do palco convencional – Dani Perez, que também assina a coreografia – explora cada vez mais o uso de elementos percussivos em seu trabalho, possibilitando uma “independência” do acontecimento artístico em relação à estrutura do palco convencional. Recorrentemente, a companhia excursiona para fora do teatro tendo a rua como suporte para suas performances. “O espaço cênico é a rua, o cenário o próprio aparelho urbano e a arquitetura das praças. E neste espetáculo, antigas estações ferroviárias”, observa a coreógrafa.
Muitos são os elementos utilizados pela companhia como “palco”: trilhos de trem, caixas e placas de madeira, pedras, instrumentos musicais e o próprio corpo, além da palavra falada e cantada. Assim, as apresentações são dinâmicas em praças públicas/estações de trem utilizando-se de diferentes suportes e ainda contando com a participação percussiva da plateia em determinados momentos, num modelo de
oficina coletiva.
“Este é um projeto de ocupação do espaço público, reapresentando para a população a ocupação da cidade, vivenciando a praça pública como espaço de ‘re-união’”, acrescenta Weber.
“A gente vai contando essa história e dançando por todo o espaço. É um espetáculo itinerante. Então, você pode trazer uma cadeirinha de praia ou um banquinho e ir se acomodando para assistir nosso FerroVias!”, comenta Dani.
Espetáculo “FerroVias” é uma expansão da coreografia “Trem” (2013), realizado pela própria
companhia que integrava o repertório do espetáculo “Brasileiríssimo”. A direção criativa para o cenário é baseada em “trilhos de ferro” como suporte para a execução sonora do sapateado. Malas de viagem – entre outros elementos cênicos – são produzidas em madeira funcionando como bases percussivas para a execução coreográfica. A trilha sonora original – composta por Fernando Galeane – traz referências de
variados sons ligados ao universo ferroviário como apito, o escape da fumaça, freios, a engrenagem e lementos onomatopeicos. O objetivo é compor uma paisagem sonora, tendo como inspiração a música popular brasileira a fim de se compor uma base para a execução sonora do sapateado.
O espetáculo conta com os bailarinos: Daniela Perez, Giovane Marques, Lídia Duarte, Nara Féres e hauana Souza.
Equipe “FerroVias”
Concepção: Dani Perez
Argumento: Kleber Fonseca
Elenco: Dani Perez, Giovane Marques, Lídia Duarte, Nara Féres e Thauana Souza
Coreógrafa: Dani Perez
Coreógrafas Assistentes: Nara Féres e Thauana Souza
Produtor Musical: Fernando Galeane
Identidade Visual: Marina Amaral
Figurino: Djanira Perez
Consultoria em Libras: Daniela Klemp
Comunicação: Tadeu Queiroz
Gestão de Mídia: Beatriz Mancini
Vídeo: Matheus Silva
Produtor: Weber Fonseca
Produtor Assistente: Giovane Marques.
Assessoria de Comunicação, Cerimonial e Eventos