Jovens que usam cigarro eletrônico têm níveis de nicotina de quem fuma 20 cigarros, alerta médica

Jovens que usam cigarro eletrônico têm níveis de nicotina de quem fuma 20 cigarros, alerta médica

A diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração, Jaqueline Scholz, afirmou que é preciso desconstruir a mentira de que os cigarros eletrônicos representam riscos menores do que os convencionais

Uma campanha que apresenta excelentes resultados ao longo de 35 anos, o Dia Mundial sem Tabaco, se depara com um novo desafio: o cigarro eletrônico. A data foi estabelecida pelos países que integram a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1988.

De lá para cá, o número de fumantes caiu drasticamente no Brasil. Na época, 35% dos brasileiros fumavam, índice que caiu para 9% segundo a diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração, Jaqueline Scholz.

Em adolescentes, a taxa de iniciação no cigarro convencional oscila entre 6% e 7%, mas a preocupação maior passou a ser com o tabagismo eletrônico, que hoje faz parte da rotina de 5% desse grupo, também de acordo com a cardiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“A indústria, quando viu que o cigarro convencional era um produto morto do ponto de vista de marketing, pensou em alternativas”, afirmou Jaqueline Scholz em entrevista à CNN, alegando que os narguilés passaram a atrair jovens por seus diversos sabores e pela falsa ideia de que eram menos nocivos à saúde.

“Agora a indústria transferiu esse conceito para o cigarro eletrônico. O convite é sempre o mesmo para que a pessoa entre em contato com a nicotina, que é uma substância altamente viciante. E dessa brincadeira de experimentar sabores diferentes, quando você vê já está viciado.”

A professora alega que então, por dificuldades financeiras de acesso ao cigarro eletrônico, o cigarro convencional passa a ser uma alternativa. Do ponto de vista substancial, a diferença é que o tabagismo eletrônico não contamina os pulmões de seus usuários com monóxido de carbono, mas proporciona um nível de nicotina que assustou a médica.

“Eu arrepio meus cabelos, porque dosei nicotina na urina de usuários de 13 e 14 anos e nunca tinha visto – em 30 anos de combate ao tabagismo – garotos dessa idade com nível de nicotina no sangue equivalente a quem fuma 20 cigarros”, relata Jaqueline Scholz. “Como eu posso acreditar que isso é uma política de redução de danos? Isso é uma política de incorporação de dependência intensa e rápida, é um absurdo.”

A diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração lembrou que, embora altamente viciante, há hoje métodos e tratamentos para largar o cigarro em até três meses.

Jaqueline Scholz recomenda que fumantes que querem abandonar o vício procurem especialistas, que podem oferecer técnicas para descontinuar o hábito, aliadas a medicamentos para a abstinência.

Fonte CNN

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Acontece na Região

Tem uma empresa em Porto Ferreira?

Seja encontrado pelos milhares de usuários que acessam o nosso guia todos os dias.

Cadastre sua empresa