O mundo como o conhecíamos até março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia do novo coronavírus, já não existe mais. De lá para cá, ao longo de dois anos e meio, ocorreram 6,5 milhões de mortes — 685.500 apenas no Brasil.
É, por larga margem, a mais dolorosa tragédia de nosso tempo, afeita a deixar marcas indeléveis. E mudanças abissais de comportamento no cotidiano das relações pessoais e profissionais, com ecos profundos na economia.
A pandemia está, sim, perto de acabar. A taxa de transmissão do vírus no Brasil, em maio, a última vez que foi medida, era de 0,70. O que significa que cada 100 infectados transmitiam o vírus para setenta pessoas, dentro de um patamar de controle aceitável do ponto de vista epidemiológico.
Na semana passada, como corolário do que indicam as inflexões das curvas de transmissão e mortes. O cauteloso diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o planeta nunca esteve em “melhor posição para acabar com a pandemia”.
Chegamos aqui por força da ciência e do extraordinário avanço da aplicação de vacinas na contramão do descaso de algumas autoridades que desdenharam da doença e do desenvolvimento científico, em tosco negacionismo, enfim derrotado.
Não podemos esconder o luto, mas convém também não esquecer da rapidez com que foram desenvolvidos os imunizantes que salvaram milhões de vidas. Baseada nesse imenso esforço, a pandemia muito em breve será uma página virada da história. Com o sorriso de volta a rostos antes cobertos por máscaras, como se viu recentemente nos espetáculos do Rock in Rio. As lições da Covid-19, insista-se, não podem jamais ser postas de lado — e a principal delas é que só o conhecimento salva.”
Fonte O Veja
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