Maternidade de São Carlos completa 71 anos de História
27/10/2022
0 ComentáriosMulheres de seis cidades são atendidas no local, que passa por ampla reforma para seguir prestando o melhor atendimento para mães, gestantes e bebês.
Em meio a uma ampla reforma, a Maternidade Dona Francisca Cintra Silva da Irmandade da Santa Casa de São Carlos completa 71 anos nesta sexta-feira (28/10).
No local, onde são atendidas mulheres de seis cidades (São Carlos, Porto Ferreira, Descalvado, Ibaté, Ribeirão Bonito e Dourado), mensalmente são realizados cerca de 170 partos e 900 atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
PASSADO, PRESENTE E FUTURO
Marta Maria Triques nasceu na Maternidade no dia 9 de novembro de 1952 e falou sobre como o local trouxe mais segurança para as mães. “A Maternidade deve ter sido algo muito importante naquele tempo, ter as crianças lá, porque geralmente as mães pariam em casa. Então eu lembro com bastante alegria da Maternidade e a gente não corria o risco de fazer os partos em casa, essas coisas que morremos de medo até hoje”, disse.
A relação dela com a instituição é das mais especiais, na década de 70 teve seus dois filhos na Maternidade e há cerca de 25 anos participa do grupo de voluntárias “Bebê Quentinho”. “Nós temos uma turma de amigas e nos reunimos toda terça-feira lá no Faber I. Tudo o que fazemos de mantinhas, roupinhas, vai tudo para a Maternidade. Eu gosto muito de trabalhar com isso”, explicou Marta Triques.
Nascida pouco mais de um mês após Marta, no dia 12 de dezembro de 1952, Rosangela Aparecida Garcia morou em São Carlos até os 20 anos de idade, quando casou e se mudou para Campinas. As boas lembranças, porém, permanecem.
“Sempre que entrava na Maternidade para fazer uma visita, eu recordava o lugar que nasci. Em 1975, fui ter meu primeiro filho em São Carlos, na Maternidade, foi para mim um momento de felicidade”, disse.
Alana da Silva Lino Freitas, de 25 anos, deu à luz Cecilia Freitas na tarde de terça-feira (25/10) e falou sobre a memória que vai guardar de um dos momentos mais importantes de sua vida. “Não tem sentimento melhor de ver que ela nasceu bem, saudável. É uma felicidade enorme, parece um sonho. Será uma memória de muita felicidade, de gratidão”, disse.
Alana também agradeceu às enfermeiras, técnicas de enfermagem e equipe médica pela forma como foi atendida. “Eu fui muito bem recebida. Se não fosse cada uma delas, o parto da Cecília não teria sido tão especial como foi. Muito obrigado a cada uma”, afirmou.
UMA NOVA MATERNIDADE
Com o objetivo de seguir prestando o melhor atendimento para as mães, gestantes e puérperas, a Maternidade está em obras. “A mesa administrativa optou por fazer uma ampla reforma e, principalmente, adequação das dependências à nova legislação solicitada pela Vigilância Sanitária”, disse a Gerente de Captação de Recursos, Angela Oioli.
Oioli explica ainda que a reforma foi dividida em três fases: a primeira foi a reforma de três quartos de pré-parto do SUS; a segunda é a criação de uma sala de medicamentos, consultórios médicos, e as adequações exigidas pela Vigilância Sanitária; e na terceira fase o objetivo é reformar 12 quartos, a copa, os vestiários e banheiros de funcionários, salas administrativas, a recepção e a pintura de corredores e externa.
“Estamos em uma ampla campanha junto à comunidade através da Central de Captação. Os empresários e entidades da cidade estão todos participando, colaborando, e pessoas físicas também, que vêm e fazem doações importantes. O objetivo é que, ao final, a maternidade inteira seja reformada”, explicou a Gerente de Captação de Recursos.
A Coordenadora da Maternidade da Santa Casa de São Carlos, Dra. Bruna Parreira, ressalta a melhoria que terá no atendimento das pacientes com a finalização das reformas. “Nós vamos conseguir oferecer mais conforto às nossas pacientes neste momento tão delicado que é o parto e o pós-parto. Com essa reforma vamos ter um maior número de quartos individuais ou quartos duplos, não teremos mais quartos com quatro pacientes. Então vamos garantir mais privacidade e melhorar a assistência das nossas pacientes”, afirmou.
Para o Provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior, a Maternidade é um patrimônio das famílias de São Carlos e região. “Há mais de 70 anos a Maternidade possibilita que novas vidas possam vir ao mundo com a segurança oferecida por equipes médicas especializadas. Nós somos a referência para todas as cidades que estão no nosso entorno. Nesse aniversário de 71 anos o objetivo é presentear a população com uma nova Maternidade, que estará pronta em breve”, afirmou.
GRUPOS DE VOLUNTÁRIAS
Além do trabalho desenvolvido pelos funcionários, a Maternidade também conta com o apoio de grupos de voluntárias.
Coordenado por Nilce Morillas, um dos grupos realiza vários projetos na Maternidade há 26 anos: prepara os kits de enxovais para os bebês, e kit higiene, com pasta/escova de dentes, sabonete, camisola, absorventes, roupas íntimas e toalhas para doação às mães carentes.
“O nosso principal foco é ajudar as mães e famílias mais carentes. Então, acredito que o voluntariado é um gesto de amor ao próximo e é essa solidariedade que nos motiva a seguir preparando os kits de enxovais para os bebês, organizar os bazares, entre tantas outras atividades desenvolvidas. Por fim, gostaria de deixar meus parabéns à Maternidade e também às voluntárias que tanto ajudam esta instituição fundamental para São Carlos e região”, afirmou Nilce Morillas.
Já o grupo de voluntárias coordenado por Mariangela Pucci colabora com a instituição desde o ano 2000. Aproximadamente 30 mulheres ajudam com preparação de bordados e organização de bazares. “Essa renda é revertida para as primeiras necessidades da Santa Casa. As nossas doações já foram bem diversificadas. No início, quando ainda não tinha esse sistema na hotelaria, nós comprávamos os tecidos para lençóis, fronhas, jalecos para o Centro Cirúrgico. E atualmente estamos destinando mais para compra de aparelhos. Tem uma série bem grande de aparelhos que já doamos, sempre vendo essa questão das necessidades”, disse.
HISTÓRIA DA MATERNIDADE DONA FRANCISCA CINTRA SILVA
A Maternidade Dona Francisca Cintra Silva foi inaugurada em 28 de outubro de 1951.
O edifício foi doado pelo agricultor Dr. Christiano Altenfelder Silva e, em virtude da nobre iniciativa, a direção do hospital no período resolveu dar à Maternidade o nome de Dona Francisca Cintra Silva, que era a mãe do doador.
A pedra fundamental foi lançada no dia 10 de dezembro de 1950 e as obras de construção foram imediatamente iniciadas e dirigidas pelo construtor Álvaro Giongo.
A supervisão foi realizada pelos senhores Dr. Ernesto de Sousa Campos, ex-ministro da Educação, professor da Faculdade de Medicina, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, autor do Plano da Cidade Universitária; Dr. Guilherme Lyra, professor da Escola Politécnica de São Paulo e da Escola de Arquitetura; e Dr. Mario Altenfelder, inspetor de Higiene Infantil do Departamento de Saúde da Capital.
Em sua inauguração, o local tinha capacidade para oito a dez leitos para indigentes, dois apartamentos e dois quartos para pensionistas, salas para partos, berçário, cômodos para enfermeiras, rouparia, cozinha e demais acomodações.
“Santa Casa de Misericórdia! Casa de Deus para todos! Resume o primeiro dos nossos deveres para com a sociedade em que vivemos. Antecipa-se o cidadão ao Estado no cumprimento da obrigação, que também lhe cabe, da assistência social (….). Muito mais do que somente dar remédio às crianças doentes, teremos o imenso valor da preparação das mães para o nascimento de crianças sadias, com o fortalecimento da gestante e com o aprendizado das condições favoráveis a criação e tratamento dos seus filhos”, afirmou o Dr. Christiano Altenfelder Silva em discurso no lançamento da pedra fundamental da Maternidade.
Atualmente, a Maternidade conta com 16 leitos de alojamento conjunto, 8 leitos de enfermaria obstétrica (tratamento clínico), 1 sala de estabilização com 2 leitos (para pacientes graves), 5 leitos de pré-parto, parto e pós-parto (PPP), Centro Obstétrico, Berçário e Banco de Leite Humano.
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