Na próxima semana, milhões de trabalhadores em todo o Brasil vão receber a primeira parcela do 13° salário
22/11/2024
0 ComentáriosNa próxima semana, milhões de trabalhadores em todo o Brasil vão receber a primeira parcela do 13° salário, conforme a legislação brasileira que entrou em vigor há mais de seis décadas.
Em 13 de julho de 1962, o 13° salário foi instituído pela lei nº 4.090, durante o governo de João Goulart. Desde então, os empregadores devem pagar um salário extra aos funcionários no fim de cada ano. A lei estipula que a primeira parcela (ou o valor integral, caso a empresa opte por não dividir) deve ser paga até 30 de novembro. A segunda parcela, por sua vez, precisa ser depositada até 20 de dezembro.
Embora seja considerado um “salário extra”, é fundamental que o trabalhador entenda o 13° como um direito, e não apenas um bônus, o que pode incentivar um uso mais consciente desse valor. Segundo a educadora financeira Mila Gaudencio, essa visão faz diferença na forma de lidar com o dinheiro, pois é mais fácil valorizar e administrar um recurso que resulta do trabalho do que algo que parece “cair do céu”.
Mila participou do segundo episódio da nova temporada do podcast Educação Financeira, onde discutiu como organizar as finanças para começar o ano seguinte com tranquilidade.
Abaixo, explicamos três pontos principais para entender e planejar o uso do 13° salário:
1. A origem do 13° salário e a importância de tratá-lo como um direito
O 13° salário foi uma conquista dos trabalhadores em 1962, em um período de alta inflação que impactava o poder de compra da população. A oficialização desse benefício foi alvo de críticas por parte de empresários e economistas, que temiam que a medida poderia prejudicar a economia. No entanto, o 13° salário não apenas se consolidou, mas também injeta bilhões na economia brasileira todos os anos — em 2024, espera-se que R$ 320 bilhões sejam movimentados.
Para Mila, compreender que esse salário extra é, na verdade, uma compensação pelo trabalho realizado ao longo do ano pode mudar a forma como ele é utilizado. Ela explica que o ano tem 52 semanas e, ao dividi-las por 4, temos 13, o que justifica o 13° como uma compensação pelos meses com semanas adicionais.
2. Como avaliar o melhor uso do 13°
O primeiro passo é avaliar a situação financeira pessoal. Se há dívidas pendentes, Mila recomenda priorizar o pagamento delas, especialmente as que afetam mais o orçamento mensal. Renegociar condições de pagamento ou amortizar parte do valor pode ser uma boa estratégia.
Caso não haja dívidas, é importante considerar as despesas futuras, como IPTU, IPVA e materiais escolares, que costumam surgir no início do ano. Guardar parte do 13° para essas despesas pode evitar o acúmulo de novas dívidas no começo do ano.
3. Reservar um pouco para si
Se as finanças estão em dia, destinar uma parte do 13° para um presente ou para o lazer também é válido. No entanto, Mila alerta para a necessidade de definir limites para os gastos, principalmente no fim do ano, quando as ofertas e promoções podem ser tentadoras.
“Tem que ter cuidado para que os sonhos de consumo não se tornem pesadelos financeiros”, afirma a especialista.
Como o empreendedor pode garantir um 13° salário
Para autônomos e empreendedores, que não têm o 13° garantido por lei, a dica é começar a planejar desde o início do ano. A separação entre o que é receita da empresa e o pró-labore pessoal é essencial. Reservar uma parte mensal para compor o valor do 13° ao final do ano pode ser um desafio, mas é um processo que, com disciplina, pode ser alcançado gradualmente.
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