Novidade: tratamento usado na fase inicial do câncer de mama reduz em 25% o risco de retorno da doença

Novidade: tratamento usado na fase inicial do câncer de mama reduz em 25% o risco de retorno da doença

Estudo foi apresentado na maior conferência de especialistas em câncer do mundo, realizada pela Sociedade de Oncologia Clínica Americana (ASCO), e traz mais esperança para pacientes, diz oncologista de Campinas

Um medicamento adicionado à terapia hormonal pode reduzir em 25% as chances de recidiva nas pacientes com câncer de mama inicial. A afirmação é resultado de um estudo que mostrou que o remédio ribociclibe usado juntamente à terapia hormonal oferece ganho significativo em sobrevida  (diminui o risco de recidiva) para as pacientes com câncer classificado como receptor hormonal positivo e HER2-negativo, que é subtipo mais comum da doença, representando cerca de 70% dos casos. “É um estudo que muda a prática clínica por demonstrar um benefício relevante ainda com pouco tempo de seguimento”, explica Susana Ramalho, oncologista do Grupo SOnHe, grupo de médicos oncologistas e hematologistas que acompanhou e participou da conferência da Sociedade de Oncologia Clínica Americana (ASCO) no começo de junho, na qual foi apresentado o estudo. Trata-se do maior encontro de especialistas do mundo, realizado anualmente em Chicago, nos EUA.

O estudo contou com a participação de 5.101 mulheres, sendo que metade delas tomou o medicamento durante a terapia hormonal e outra metade tomou apenas a terapia hormonal. Segundo a oncologista, atualmente a chance de recidiva da doença nas mulheres diagnosticadas com esse tipo de câncer varia de 11 a 36% em 10 anos. “O câncer de mama diagnosticado no início tem grandes chances de cura; porém, a doença pode voltar e saber que há uma possibilidade de redução de 25% nesses casos muda a prática clínica e traz ainda mais esperanças para pacientes”, diz a médica.

O ribociclibe é um medicamento da classe dos chamados inibidores de quinase dependente de ciclina (CDK4 e CDK6) que bloqueia a ação de proteínas que promovem o crescimento das células cancerígenas. “Estamos aguardando a aprovação desse novo protocolo para poder recomendar às pacientes”, diz Dra. Susana.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais diagnosticado em todo o mundo e a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. Estima-se que seja responsável por mais de 600 mil mortes por ano no mundo.  No Brasil, a expectativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio de 2023 a 2025 é de 73.610 casos a cada ano. Dra. Susana Ramalho ressalta que, infelizmente, no nosso país a maioria dos diagnósticos ainda não é feito no estágio inicial. “Por falta de acesso aos exames e de orientação, ainda temos muitos casos identificados em estágios avançados. Porém, nos casos diagnosticados precocemente, o resultado deste ensaio clínico se apresenta como um importante ganho para o tratamento do câncer de mama”, afirma.

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