Desidratação, insolação, derrame, AVC e infarto são alguns dos riscos. Exposição prolongada pode provocar queimaduras solares e aumentar chances de desenvolver câncer de pele.

Pedalar, caminhar, correr ou praticar outras atividades físicas ao ar livre são ótimas formas de manter a saúde e o condicionamento físico. No entanto, é importante tomar alguns cuidados em dias muito quentes, para evitar o risco de desidratação e insolação, diz cardiologista Yuri Brasil, médico assistente do Departamento de Cardiologia Clínica e Intervencionista da Santa Casa de Araraquara (SP).

Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Associação Médica Brasileira (AMB), o especialista explicou ao g1 que a exposição prolongada ao calor e a atividade física intensa podem aumentar o risco de infarto ou derrame.

O dermatologista Pedro Benelli, da Santa Casa de São Carlos (SP), ressaltou que a exposição prolongada ao calor também pode provocar queimaduras solares. Além de usar protetor solar, é recomendado evitar atividades físicas ao ar livre durante as horas de pico de calor, geralmente entre as 10h e 16h.

Fadiga, desmaios e choque térmico

De acordo com o cardiologista, a desidratação pode causar tonturas, fadiga e até mesmo desmaios. Já a insolação é uma condição mais séria que pode ser fatal se não for tratada.

Ciclistas e outros atletas que aproveitam os dias quentes para realizar trilhas com paradas em cachoeiras devem tomar cuidado com o choque térmico ao entrar com o corpo quente na água gelada.

Infarto, derrame ou AVC

O médico lembrou que é importante conscientizar as pessoas sobre a importância de fazer exames regulares de saúde e visitar um cardiologista regularmente.

“Uma maneira de fazer isso é através da educação e da conscientização sobre os riscos associados à atividade física intensa sem acompanhamento médico adequado”, disse Brasil.

Excesso de exercícios físicos sem avaliação de um especialista pode ser fator de risco para a saúde do corpo — Foto: Reprodução/RBS TV

O excesso de exercícios físicos sem a avaliação de um especialista pode ser um fator de risco para a saúde do corpo não só para a musculatura, como também para o sistema cardiovascular, podendo levar a um infarto, derrame ou acidente vascular cerebral (AVC).

Por isso, se alguém passar mal durante as atividades é importante buscar ajuda médica imediatamente.

“Se estiver em uma área rural sem sinal de celular, os amigos podem ajudar mantendo a pessoa confortável e monitorando seus sinais vitais até a chegada do socorro”, disse Brasil.

Queimaduras solares e câncer de pele

A exposição prolongada ao sol forte, por duas ou três horas seguidas, pode aumentar significativamente o risco de queimaduras solares, insolação, envelhecimento precoce da pele e aumentar as chances de desenvolver câncer de pele.

De acordo com o dermatologista da Santa Casa de São Carlos, é importante usar protetor solar, roupas de proteção e buscar sombra para evitar esses riscos.

Segundo ele, o protetor labial também é importante, especialmente em atividades ao ar livre. “Os lábios podem queimar e ressecar sob a exposição solar intensa”, disse.

Manguitos, bandanas na cabeça, chapéus e bonés podem ser úteis para proteger a pele e o couro cabeludo da exposição direta ao sol. Os acessórios ajudam a reduzir o risco de queimaduras e protegem contra o calor excessivo. Mas lembre-se: eles são acessórias extras e o protetor não pode deixar de fazer parte.

Além do uso de protetor solar e roupas de proteção, outras recomendações para se proteger do calor e dos raios UV incluem manter-se hidratado, usar óculos de sol com proteção UV, procurar sombra regularmente e prestar atenção aos sinais de superaquecimento, como tontura e náusea.

Em relação à nutrição, é ideal consumir alimentos ricos em água e eletrólitos para ajudar a repor os fluidos perdidos, lembrou o cardiologista.

Fonte EPTV