Pesquisadores da USP de São Carlos trabalham para aprimorar válvula para doença cardíaca

Pesquisadores da USP de São Carlos trabalham para aprimorar válvula para doença cardíaca

Tecnologia deve chegar ao mercado em cinco anos. Durabilidade e resistência do dispositivo serão testadas.

Dois professores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), participam de uma pesquisa que busca aprimorar um novo tipo de válvula para o tratamento da estenose, uma doença do coração.

A estenose atinge, principalmente, os idosos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a condição se torna cada vez mais comum, já que a população do país está envelhecendo.

O projeto faz estudos para aprimorar a Válvula Aórtica de Wheatley, que ficou conhecida em todo o mundo por ser um dos novos dispositivos usados em pacientes que tenham estenose aórtica.

🩺 O que é a estenose aórtica?

A estenose aórtica atinge a válvula aórtica, que faz passagem de sangue do coração para a aorta, responsável por distribuir o sangue para todo o corpo, impedindo que ela se feche totalmente, o que faz com que parte do sangue retorne ao órgão, comprometendo a circulação do paciente.

A doença atinge de 2% a 5% da população brasileira. Em alguns casos, a condição é tratada com medicamentos, mas quando a doença é considerada grave, os pacientes precisam realizar uma cirurgia para implantar a válvula.

Modelo matemático

Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos oferece vaga de estágio para estudantes de administração — Foto: Nilton Junior/ArtyPhotos

Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos oferece vaga de estágio para estudantes de administração — Foto: Nilton Junior/ArtyPhotos

O estudo é feito no Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), do qual os pesquisadores José Alberto Cuminato e Gustavo Buscaglia participam, em parceria com o professor Hugo Luiz Oliveira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que fez pós-doutorado na USP de São Carlos com Cuminato.

Os pesquisadores da região integram a pesquisa desde 2020. Ela busca aprimorar o dispositivo a partir de modelos matemáticos e simulações em computadores. As tecnologias permitem que as evoluções da válvula sejam testadas antes mesmo dos testes clínicos, economizando tempo e recursos.

Segundo Cuminato, a pesquisa está desenvolvendo um dispositivo distinto de tudo que há no mercado.

💊 Quais são os tipos de válvulas disponíveis hoje?

Atualmente, há vários tipos de válvulas disponíveis para o tratamento da estenose aórtica. As três mais comuns são as válvulas mecânicas, as poliméricas e os dispositivos com componentes biológicos.

As chamadas poliméricas são aquelas que possuem maior vida útil. Apesar de serem uma solução para a doença, os pacientes precisam tomar anticoagulantes após o transplante, que são medicamentos que deixam o sangue mais fino, impedindo a formação de coágulos e ajudando na circulação. O uso constante desse tipo de medicamento pode provocar problemas no rins.

No caso em que é usado um dispositivo com componente biológico, não é necessário o uso de anticoagulantes, porém a válvula precisa ser trocada a cada 10 anos.

Teste em máquinas antes de seres vivos

Nesta fase do estudo, os pesquisadores estão testando a válvula em máquinas, na Inglaterra, para conferir se ela abre e fecha corretamente, evitando a formação de trombos, o que dá uma vida útil maior ao aparelho. Os resultados obtidos são comparados com os testes feitos em computadores.

Com o novo dispositivo, os pacientes não precisariam usar anticoagulantes.

Os testes com a válvula começaram a ser feitos por computador e modelos matemáticos. Na próxima fase, será feita a avaliação da resistência e a durabilidade do dispositivo.

De acordo com o pesquisador, o resultado devem chegar ao mercado em cinco anos.

“O último estágio de estudo é testar em animais, em porcos, coelhos. Mas, para fazermos isso, ainda é preciso provar que funciona.”

Fonte EPTV

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