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Santa Casa faz 1ª cirurgia de escoliose grave neuromonitorizada pelo SUS em São Carlos

Segundo hospital, monitoramento neurológico durante o procedimento minimiza o risco de sequelas. “A recuperação dela foi excelente”, relatou a mãe de paciente de 12 anos.

A Santa Casa de São Carlos (SP) realizou uma cirurgia de escoliose grave neuromonitorizada pela primeira vez pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento foi feito em uma criança de 12 anos (ela não quis ser identificada), em 9 de fevereiro.

“Essa é uma técnica consagrada no mundo, que nós já realizamos em serviços privados, mas no sistema público de saúde em São Carlos é a primeira vez”, o cirurgião de coluna vertebral Danillo Vilela.

De acordo com o médico, a escoliose é um distúrbio da curvatura da coluna. No caso desta paciente, trata-se de uma escoliose congênita desenvolvida ao longo da vida.

“Com o crescimento dela, essa alteração da curvatura da coluna foi aumentando gradativamente e chegou em um nível importante, onde causou uma deformidade significativa, limitações e comprometimento na locomoção”, explicou.

A mãe da paciente relatou que há dois anos a filha vinha sentindo muitas dores e já não conseguia fazer certas atividades. “Atrapalhou nas atividades que ela tinha de exercícios físicos e até para passear. Ela não tinha mais posição para dormir e reclamava que estava dormindo muito mal”, disse.

Segundo Vilela, a operação ajudou a evitar a progressão da doença que poderia comprometer a mobilidade da paciente.

“A escoliose pode continuar progredindo e causar outras doenças secundárias como, por exemplo, predispor a formação de hérnias de disco, de estenoses e comprometimento da medula e dos nervos. E isso pode, ao longo dos anos, começar a afetar ainda mais a mobilidade e causar dificuldade para andar”, disse o médico.

Menina de 12 anos antes e depois de cirurgia para escoliose grave em São Carlos — Foto: Santa Casa de São Carlos/Divulgação

Neuromonitorização

Como a cirurgia é realizada na coluna, uma área muito sensível, a equipe médica optou por usar a técnica de neuromonitorização intraoperatória, que consiste no monitoramento neurológico da paciente por elétrodos durante toda a cirurgia. Dessa forma, qualquer mudança nas respostas é analisada por um neurofisiologista, que informa ao cirurgião para que as providências sejam tomadas, se necessário, o que reduz o risco de sequelas.

“Nós temos o respaldo das condições neurológicas dela, das funções da medula, dos nervos e das raízes em tempo integral e real durante a cirurgia. Isso, evidentemente, reduz o risco de complicações, porque a todo momento temos condições de avaliar a integridade neurológica dela”, explicou o Dr. Danillo Vilela.

Recuperação da qualidade de vida

Um mês após a cirurgia, a paciente tem sido liberada, de forma gradativa, para retomar algumas atividades. “Houve uma importante melhora no desvio que ela tinha. O intuito é reabilitá-la para uma vida nova, com uma coluna retificada, sem aquele grande desvio escoliótico que existia”, explicou o Dr. Vilela.

A mãe da menina relatou que a filha está muito feliz e já não sente mais dores. “A recuperação dela foi excelente. A curvatura que ela tinha, hoje olhamos e vemos ela retinha. Ela colocando a roupa e ficando bem no corpo. É uma alegria muito grande”, disse.

Após terminar a recuperação pós-operatória, a expectativa é que a filha consiga realizar todas as atividades que estavam sendo comprometidas pela doença e tenha mais qualidade de vida.

“Ela ainda está em recuperação, mas já vemos o grande benefício que já teve sobre a vida dela. Acredito que logo ela vai ter alta e voltar para a escola, para poder fazer as atividades físicas que ela já não estava mais conseguindo fazer. Ela também já está dormindo muito bem. Então são situações que nós já vemos o resultado”, disse.

Fonte EPTV

Porto Ferreira Online

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