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Uma nova pesquisa revelou que a prática de jejum intermitente em que a pessoa passa períodos prolongados sem comer pode prejudicar o crescimento do cabelo.

O estudo, que analisou tanto ratos quanto seres humanos, mostrou que o crescimento capilar daqueles que seguem essa dieta é, em média, 18% mais lento.

O jejum intermitente tem ganhado popularidade, principalmente nas redes sociais, sendo promovido como uma forma eficaz de emagrecimento. O método consiste em restringir a alimentação a um período específico do dia, seguido de várias horas de jejum. Em alguns casos, o período sem comer pode durar até 20 horas.

Apesar de sua popularidade, nutricionistas desaconselham esse tipo de dieta, argumentando que a restrição alimentar excessiva não é a maneira mais saudável de lidar com a alimentação. Pesquisas anteriores já alertaram para os riscos dessa prática, como o impacto negativo sobre o pâncreas, que pode aumentar as chances de desenvolver ou agravar o diabetes.

Agora, os novos resultados sugerem que o jejum intermitente também pode afetar negativamente o ciclo de crescimento do cabelo. De acordo com os cientistas, o jejum provoca uma resposta de estresse no corpo que pode prejudicar as células-tronco dos folículos capilares, responsáveis pela formação dos fios. Essa reação pode atrasar o crescimento do cabelo ou, em casos mais extremos, danificar permanentemente essas células.

Como foi conduzido o estudo?

A pesquisa foi liderada por Bing Zhang, um biólogo especializado em regeneração da Westlake University, na China. No laboratório, os pesquisadores dividiram camundongos em três grupos: um que tinha alimentação livre, outro que seguia o jejum intermitente com uma janela de horas específicas para comer, e um terceiro grupo que se alimentava apenas em dias alternados.

Após três meses, os pesquisadores observaram que os camundongos que podiam comer livremente apresentaram um crescimento capilar muito mais rápido em comparação com os grupos submetidos ao jejum. Mesmo o grupo que seguia o jejum de algumas horas diárias demonstrou um crescimento de pelos reduzido.

Com esses resultados, os cientistas decidiram expandir a pesquisa para seres humanos. Foram selecionadas 49 pessoas para o estudo, divididas aleatoriamente entre um grupo de jejum intermitente e um grupo de controle, no qual os participantes podiam comer sem restrições de horário.

Os resultados em humanos confirmaram o que foi observado nos camundongos: aqueles que seguiram o jejum intermitente apresentaram um crescimento capilar 18% mais lento do que os do grupo de controle. Testes moleculares mostraram que, em ambos os casos, o jejum inibiu ou até matou as células-tronco dos folículos capilares, afetando diretamente o ciclo de crescimento dos fios.

Esses novos achados reforçam a necessidade de se reconsiderar a prática do jejum intermitente, especialmente devido aos seus impactos no organismo que vão além da perda de peso, podendo comprometer a saúde capilar e até causar danos irreversíveis aos folículos.

FONTE: G1

Porto Ferreira Online

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